Setenta vezes sete
- Junior Romão

- 25 de abr. de 2018
- 4 min de leitura
Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete (Mt. 18:21,22)

Através desta palavra, Deus quer nos falar sobre um assunto tremendamente importante. Eu diria essencial para que os relacionamentos em família possam gozar de inteira comunhão. Refiro-me ao perdão.
Por desconhecermos as implicações do ato de perdoar e ser perdoado é que vemos a cada dia lares se desfazendo, filhos abandonando os pais, casais se divorciando, irmãos brigando contra irmãos. De fato existe muita falta de perdão.
A Bíblia é bem clara ao afirmar “que por se multiplicar as iniqüidades o amor de muitos se esfriariam”. Infelizmente, vivemos um caos principalmente dentro do âmbito familiar. São famílias que não se entendem. Pessoas vivendo debaixo do mesmo teto, mas se agredindo mutuamente com palavras agressivas e também fisicamente. Filhos desrespeitando os pais, pais com total falta de temor a Deus irritando por sua vez os filhos e trazendo discórdias no seio da família. Enfim, feridas na alma que são abertas a todo instante e que parece não ter solução para sua cura, para a sua total cicatrização.
O que está acontecendo, afinal? Como acabar com isso? Como fazer que a paz possa voltar ao lar mergulhado em desencontros? Como fazer com que os valores morais e, sobretudo, espirituais cheguem ao coração de nossos amados? A reposta para estas questões está centralizada na pessoa de Jesus Cristo.
Conhecendo Jesus e tendo uma experiência com Ele, tudo pode mudar. Infelizmente, existe uma tendência de grupos religiosos que insiste em atribuir ao diabo tudo o que acontece de ruim em nossa vida e na vida de nossas famílias. Mas o fato é simples de entender.
Quando abrimos nossas mentes, nossos corações na direção daquele que tem as respostas, nos voltamos em sinceridade para Deus. Ele sim, Jesus, tem as respostas para nossas inquietações pessoais e familiares.
A carta de Tiago nos diz claramente: “Ninguém ao ser tentado diga, sou tentado por Deus, pois Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele a ninguém tenta. Mas cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg. 1:14,15).
De fato, somos nós mesmos, com nossas decisões e escolhas erradas, que atraímos as conseqüências imprevisíveis e muitas vezes irreversíveis em nossa vida nesta terra.
Existe um fator que trava toda e qualquer possibilidade de comunhão intensa com Deus e com nossos semelhantes. É a falta de perdão. Não perdoar aquele que nos agride, aquele que tem traído a nossa confiança, fará com que os céus se fechem para nós.
Pedro argüiu Jesus: “Até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”. Talvez seja esta a sua pergunta nesta oportunidade.
Na mente de Pedro surge um número, o número sete que estava condicionado à lei dos judeus. Porém, ao responder a inquietação de Pedro, Jesus o surpreende dizendo-lhe: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Isto representa no meu modo de pensar que quatrocentas e noventa vezes devem perdoar o meu irmão por uma mesma ofensa recebida.
Em outras palavras, se seu filho lhe fez algo que o chateou, aquela ofensa deverá ser perdoada 490 vezes. Se o seu cônjuge o magoou em alguma área, 490 vezes o perdão deve entrar em ação.
O perdão é Divino, é de Deus, mas para praticá-lo também devo estar em Deus. Hoje é tão comum pensarmos que basta apenas pedirmos perdão a Deus e resolveremos a questão pendente com o nosso irmão (a). Não é assim que o problema será resolvido.
Tenho que ter aquela consciência que se eu pequei eu devo procurar a pessoa que está sendo alvo de minha inquietação pessoal e pedir-lhe perdão. Depois eu terei liberdade de ir perante Deus para pedir-lhe perdão também. Tantos relacionamentos rompidos principalmente nas famílias por falta do temor do Senhor.
Cria-se na mente várias justificativas que anulam a atitude correta de tomar a decisão para resolver de vez o problema. Na oração que Jesus nos ensinou, a tão conhecida oração do Pai Nosso, Jesus é bem positivo para conosco quando diz: “Que se não perdoarmos o nosso próximo, não seremos perdoados por Ele”.
Se não tivermos a atitude de resolver o problema que está pendente com o nosso próximo, Deus também não poderá nos perdoar.
Amado (a), você conhece alguém assim? Quem sabe, o Espírito Santo neste momento está lhe revelando que existe alguém em sua própria família com quem você tem algum problema não resolvido. Será que você tem dificuldade de perdoá-la? Sabe o que você vai fazer?
Quero lhe dar alguns conselhos práticos e tenho a certeza absoluta que vai ajudá-lo (a) neste dia. Verifique em oração diante de Deus se existe alguém cujo perdão você tem retido. Se você identificar pessoas ou situações, peça a Deus que lhe dê coragem e estratégias vindas da parte Dele para resolver a situação. Dirija-se a esta pessoa ou pessoas na primeira oportunidade e peça-lhe perdão. Mas lembre-se: “Não é um simples pedido de desculpas”. É pedir perdão de coração.



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