Ser diferente para fazer diferença
- Junior Romão

- 29 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Quem disse que o crente tem que ser diferente? Quem se importa que o crente faça diferença no mundo dos indiferentes? A resposta é: Jesus. É exatamente isso que Ele espera de Seus discípulos.

Jesus disse: “Vós sois o sal da terra” (...) “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.13,14). Isto é algo de que não se pode fugir, pois faz parte da natureza do crente. A ordem colocada por Jesus, de que o crente é primeiro sal e depois luz, tem uma razão de ser. O sal fala do que somos. A luz, do que fazemos. Uma coisa sem a outra é a sua própria negativa.
Como o sal é diferente do material sobre o qual é aplicado, o crente em Jesus tem de ser diferente das pessoas do mundo. Como uma pequena quantidade de sal faz uma enorme diferença, um único crente também pode fazê-lo.
O mundo é essencialmente pecaminoso e mau, semelhante a um pedaço de carne que tende à putrefação. A ação do sal é ser um anti-séptico, transmissor de vida, saúde e preservação, como impedimento da atuação dos agentes que favorecem a putrefação.
Além disso, o sal dá sabor. Sem a presença de Cristo no crente, e deste no mundo, a vida inteira se tornaria insípida, perderia o sabor. As pessoas do mundo buscam sofregamente os prazeres pecaminosos, mas ao mesmo tempo sentem que a vida é enfadonha, sem sentido e sem graça. O crente, ao contrário, pela sua fé em Cristo, carrega em seu coração a fonte da vida, não precisa do pecado para ter prazer e sentir-se alegre.
A despeito de todo o conhecimento científico acumulado, o mundo não se tornou mais “iluminado”; antes, suas trevas continuam cada vez mais espessas. Por isso precisa da luz que emana de Jesus e é refletida a partir de cada crente.
O primeiro efeito da luz é dissipar as trevas. Desse modo, a presença do crente faz as pessoas tomarem consciência das trevas espirituais em que se encontram. A luz também explica as causas das trevas. O crente, ao viver como luz, deixa patente o quanto as pessoas estão distantes e alienadas de Deus. Assim como a luz é inevitável, o crente, por viver uma vida “diferente”, não pode deixar de ser notado, pois “não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”.
Como sal da terra, o crente exerce uma influência de aspecto geral, que tem a ver com a vida toda, pois o seu modo de viver contrasta, por sua excelência, a influência do mal. É uma ação “controladora”, no sentido de que preserva e dá sabor. Como luz, sua influência é mais específica. Quando as pessoas virem que há “algo diferente” no crente, então quererão saber o motivo. Desse modo, o crente pode se destacar como elemento iluminador, pode falar da excelência da vida cristã e ensiná-las a viver uma vida abundante centrada em Cristo.
A vida do crente sempre ofereceu motivos de sobra para o mundo estranhar, seja por seu comportamento diferenciado ou por suas afirmações verbais a respeito da certeza de salvação eterna. Não é à toa que as pessoas se indignam quando um crente se diz “salvo”.
Igualmente, é surpreendente o “incômodo” que a presença de uma pessoa fiel a Jesus causa nos ambientes que freqüenta. Se um grupo costuma falar obscenidades, se cala ou muda de assunto à chegada de um crente, mesmo que este não diga palavra alguma. Talvez você pergunte: “Por que isso ocorre?”.
Se alguém se diz crente, mas não age como sal e luz, então é mais provável que crente não seja. Tentar inverter as coisas, tentar ser primeiro luz sem ser sal, isto é, pregar sem viver, dá na mesma situação que alguém disse a um certo “cristão” nominal: “O que vives fala tão alto que não consigo ouvir o que dizes”.



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