Os fundamentos da fé cristã
- Junior Romão

- 23 de jul. de 2019
- 4 min de leitura
Toda construção precisa de um fundamento. Quanto mais alto o edifício, mais profundo o alicerce. Assim é na vida. Pessoas rasas não vão muito longe. Pessoas de fundamentos profundos cumprem o propósito para o qual nasceram. Jesus falou disso metaforicamente, tomando essa imagem emprestada da construção civil, da qual Ele próprio era um protagonista, como carpinteiro (Mc 6.3). O termo bíblico utilizado para carpinteiro (a palavra grega “tékton”), tem o significado mais amplo de “construtor ou empreiteiro”, ou seja, “aquele que tem o encargo da obra”, não apenas alguém que trabalha com madeira e faz móveis.
Jesus falou, numa parábola, sobre os riscos de se construir sobre a areia e o alto preço que é pago na destruição advinda pelas intempéries da vida; e também sobre o benefício de se construir sobre a rocha e a segurança que isso produz em resiliência na vida (Veja Lc 6.47-49).
Jesus era um Homem com propósitos definidos, e não erraria precisamente quanto a isso, em não lançar os mais profundos e seguros fundamentos de Sua obra de edificar a fé cristã no mundo. Ele fez com que a fé cristã estivesse alicerçada sobre a Rocha profunda e segura da Palavra de Deus, que sempre cumpre o propósito para o qual foi enviada, pois é essencialmente inerrante e definitivamente verdadeira (Is 55.11).
As profecias messiânicas no Antigo Testamento que já tiveram o seu cabal cumprimento correspondem a mais de duas mil profecias, o que torna a Sagrada Escritura absolutamente singular. Nenhum outro livro de qualquer religião nem vagamente se assemelha a isto, pois nenhum contém previsões proféticas específicas.
Há 333 profecias relativas à vinda do Messias ou Cristo no Antigo Testamento, as quais foram escritas entre cerca de 1500 a.C. e 400 a.C. Dá para imaginar como teria sido difícil engendrar algo assim?! Vejamos, abaixo, algumas delas:
Foi profetizado que Jesus nasceria em Belém (escrito em 720 a.C., em Miquéias 5.2). Estava escrito que o Messias seria crucificado, previsão feita antes mesmo de os fenícios inventarem a crucificação (escrito cerca de 1000 a.C., no Salmo 22.16). Foi predito que Cristo levaria sobre si os nossos pecados e que pelas suas pisaduras seríamos sarados (escrito cerca de 750 a.C, em Isaías 53.5).
A Bíblia não tem paralelo no campo profético porque os homens que a escreveram foram divinamente inspirados e dirigidos pelo Espírito de Deus (2Pe 1.20,21). Por isso não há enganos nem erros.
Segundo os cálculos do matemático Peter Stoner, em seu livro Science Speaks (Ciência Fala), a probabilidade de uma pessoa cumprir apenas oito dessas profecias era de uma em 1017 – o número um seguido de dezessete zeros, ou seja, uma em 100.000.000.000.000.000!
Stoner montou uma analogia com este fato: “Pegue 1017 dólares de prata e espalhe-os sobre o Texas (área de 695.621 km², portanto, maior que a Bahia). Eles cobrirão todo o estado até 65 cm de profundidade. Agora, marque uma dessas moedas e depois misture-as vigorosamente. Ponha uma venda nos olhos de uma pessoa e peça-lhe que encontre aquela moeda marcada, andando o quanto quiser através do Texas. Qual seria a chance deste homem encontrar a moeda certa? Exatamente a mesma que teriam os profetas de escreverem essas oito profecias e tê-las realizadas, ao mesmo tempo, por um único homem, desde a sua época até o tempo presente”.
Qual seria, portanto, a razão de a fé cristã ter conseguido sobreviver, a despeito das muitas perseguições ferozes e insanas a que foi submetida ao longo de sua história?
Incontável número de cristãos, no primeiro século, foi lançado às feras (literalmente!) pelos imperadores romanos. A Bíblia assim registra: “Alguns foram torturados... outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos... necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos antros da terra” (Hb 11.35-38). A opção de viver corretamente, em santidade e justiça, em meio a um mundo pecaminoso, os tornou ainda mais odiados.
Essas coisas atrozes, por si sós, já poderiam identificar uma completa falta de atrativos à fé cristã. Mas ledo engano! Nem a perseguição inconsequente ou o sofrimento absurdo tem impedido que milhões de pessoas amem a Jesus e sigam os Seus passos, mesmo que lhes sobrevenha a morte ou o sejam tornados proscritos na sociedade. Os cristãos fiéis que se restringem dos “normais” prazeres pecaminosos do mundo porque são santos, são perseguidos não somente por serem diferentes, mas principalmente porque, como sal e luz, fazem uma enorme diferença em um mundo apodrecido moralmente e em trevas espirituais.
Se alguém quiser supor, mesmo que por um momento, que a fé cristã não é verdadeira, deve obrigar-se a pensar também por que razão alguém sofreria ou seria morto por causa dessa mesma fé, se tudo isso fosse uma mentira!
Podemos considerar duas coisas para ajudar a explicar esse fenômeno. A primeira, é o vaticínio de Jesus: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). As “portas do inferno” têm múltiplas formas, podendo ser apresentadas como perseguições diretas, privações, tortura, morte, infâmias, mentiras, além das próprias armadilhas do pecado.
A segunda, é que Jesus disse, acima, que Ele próprio seria o edificador da Sua Igreja. O segredo é que Ele a edificou sobre sólidos fundamentos que não podem ser abalados nem pelas portas do inferno, não importa o quanto tentem.
Todavia, o maior fundamento a evidenciar que a fé cristã é verdadeira é o fato de Jesus ter ressurgido dentre os mortos, evento sobre o qual existe forte e incontestável evidência histórica. Posto que o Evangelho não consiste só de palavras, mas sobretudo de evidências, sendo absolutamente real e verdadeiro, os cristãos podem viver, aqui e agora, centrados na esperança vindoura que a Palavra de Deus preconiza. Como disse Paulo, se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15.19). Mas cremos em Cristo e temos a vida eterna!
Agora já dá imaginar porque eu também sou cristão: eu amo e sigo a Jesus. Amém!
Pr. Benjamin Souza



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