Bolsonaro chama suspensão do Telegram de 'crime' após ter mensagens apagadas do app

Nesta segunda-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre a suspensão do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o ministro já havia revogado sua própria decisão neste domingo (20).

“Lamento você, ao tentar resolver alguma coisa, prejudicar todo mundo”, disse o presidente em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada. “São dezenas de milhões de pessoas que usam o Telegram. Você não pode prejudicar essas pessoas que usam isso daí pra fazer negócio, usam para tratamento médico, usam para defesa civil. Isso é um crime, um crime fazer isso aí”, disse Bolsonaro. “É um ato, no meu entender, lamentável, que a tempo ele resolveu recuar”, completou.

Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, após o Telegram não atender a decisões judiciais para bloqueio de perfis apontados como disseminadores de informações falsas, incluindo o do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

A ordem foi encaminhada a plataformas digitais e provedores de internet na sexta-feira (18), que seriam responsáveis por adotar os mecanismos para inviabilizar a utilização do aplicativo no país.

No domingo, Moraes relatou que a empresa cumpriu todas as determinações do STF, incluindo a exclusão de conteúdos publicados pelo próprio Bolsonaro e a nomeação de um representante legal no Brasil. Por isso, ele revogou a própria decisão e liberou o funcionamento do aplicativo no país.

Inquérito das fake news

Em seu pedido, a PF afirmou que o Telegram usa a "atitude não colaborativa" com autoridades "como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.