A verdadeira Páscoa
- Junior Romão

- 1 de abr. de 2018
- 4 min de leitura
Páscoa é a comemoração da libertação do povo de Deus de mais de dois séculos de escravidão no Egito, há cerca de 3300 anos atrás.

A história da servidão e do sofrimento crescente do povo e a missão confiada por Deus a Moisés e seu irmão Arão, seus infatigáveis esforços, a resistência teimosa de Faraó e os grandes feitos de Deus, mandando as pragas sobre o Egito e a casa de Faraó, abrindo o Mar Vermelho para libertar o seu povo, são registrados no livro de Êxodo.
Depois de tanto sofrimento e uma tão longa espera, chegou finalmente a hora da libertação. Motivo de festa para o povo de Deus, que deveria comemorar com um cordeiro, pães ázimos (pães sem fermento) e ervas amargas. Foi também um dia de tristeza para os inimigos de Deus, pois o anjo da morte estava passando e todos os primogênitos que não tivessem na verga da porta de sua casa o sangue do cordeiro deveriam morrer, disse Deus.
As ervas amargas representavam o sofrimento e a escravidão que tiveram no Egito, os pães ázimos (sem fermento), porque tinham pressa e não podiam esperar mais, e também, figurava o Pão da Vida (Disse Jesus:
"Eu Sou o Pão da Vida, quem comer deste Pão viverá para sempre"); o cordeiro tinha que ser imolado e seu sangue passado na verga da porta, esse sangue que Moisés, instruído por Deus, ordenou que se passasse nos umbrais das portas, nada mais era do que a figura do Cordeiro de Deus que exatamente na Páscoa, 1300 anos depois, se entregou para ser morto e como o Cordeiro Pascal, derramou o seu sangue para livrar da morte todos os que através Dele viessem a Deus.
Conforme narram os evangelistas Lucas, Marcos e também Mateus, que em Jerusalém se comemorava a Páscoa, segundo a tradição desde Moisés, cumprindo a ordem do Senhor: "Celebrá-lo-eis por festa ao Senhor como estatuto perpétuo". Mas Jesus sabia que aquela era a mais importante de todas as comemorações da Páscoa, sendo aquela determinada por Deus, para que Ele fosse entregue como Cordeiro Pascal.
Jesus então convidou seus discípulos para essa comemoração. E eles perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa? E ele então, chamando a Pedro e João, os mandou, dizendo: Olha, vocês irão à cidade (Jerusalém) e lá encontrarão um homem, na entrada da cidade (acredito que próximo ao Portão de Sião), levando um cântaro de água, esse era o sinal de identificação (pois não era costume homens carregar cântaros e, sim, as mulheres).
Vocês vão seguir aquele homem, por onde ele for e na casa que ele entrar, vocês também entrarão e então dirão ao dono da casa: "O Mestre mandou dizer que o tempo Dele está próximo e Ele quer celebrar em sua casa a Páscoa com os seus discípulos. O meu Senhor precisa de um lugar para passar a Páscoa”. E chegada a tarde, assentou-se à mesa com seus discípulos e então Ele disse: "Eu desejei muito comer esta Páscoa convosco".
Ah, se pudéssemos adentrar o coração de Jesus naquele momento, para entendermos o verdadeiro significado daquelas palavras. Aquele era o momento, e aquela era a Páscoa esperada por mais de 3000 anos, desde a queda do homem no jardim do Éden. Era o momento da redenção! O momento de reabrir ao homem pecador o caminho a Deus. Era o reencontro do homem com o seu Criador!
E Ele tomando o cálice disse: "Esse é o meu sangue que é derramado por vós". O cálice da nova aliança. E tomando o pão disse: "Esse é o meu corpo que eu dou por vós" (Lucas 22:7 a 20). Jesus disse ainda que cada vez que ceássemos fizéssemos em memória Dele. Ele estava se referindo àquela ceia, a ceia da páscoa.
Logo em seguida, o texto narra que Ele saindo dali foi traído por Judas, entregue aos soldados romanos, julgado por Pilatos, que era também uma autoridade romana e em seguida morto pelos soldados romanos, cumprindo a profecia de Isaías 53, que diz que:
"Como um cordeiro mudo foi levado... mas Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si, e o castigo (que era nosso) que hoje nos traz a paz estava sobre Ele (Ele estava ali em nosso lugar, morrendo a nossa morte, pois nós é que pecamos e o preço do pecado é a morte) ...e pelas pisaduras Dele fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos".
Jesus queria naquele momento dizer que Ele era o Cordeiro Pascal representado por todos aqueles anos, no tabernáculo do deserto, e no Templo em Jerusalém.
O mais importante da Páscoa é que nela Jesus ressuscitou dos mortos, Ele venceu a morte. Ele não ficou na sepultura, mas saiu dela trazendo as chaves do inferno e da morte. Ele entrou na sepultura como Cordeiro Pascal e saiu como O Vitorioso Leão da Tribo de Judá. Comemoremos, pois, a verdadeira Páscoa. O Senhor quer passar a Páscoa conosco.



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